Que trabalhos podem ser feitos por um nômade digital?

Para realizar o sonho de viver de país em país é preciso ter um trabalho que possa ser executado em qualquer lugar. Será que criar essa alternativa é mesmo tão difícil quanto parece?

Nomadismo digital é o estilo de vida em que as pessoas deixam de ter residência fixa e passam a morar de país em país, enquanto exercem uma atividade profissional online.

É o sonho de muita gente. Só que boa parte dessas pessoas desanimam diante de um suposto obstáculo: “minha atividade profissional não pode ser exercida de forma remota”. 

Vamos demonstrar neste artigo que, na maioria dos casos, isso não é verdade. E, ainda que seja, sempre há a alternativa de realizar uma transição de carreira e iniciar uma nova atividade. Afinal, quais são os trabalhos de um nômade digital?

Equipe pelo mundo

Comecemos com o exemplo de quem entende muito de nomadismo digital: o Casal Partiu, formado por Vinícius Teles e Patricia Figueira.

Desde que decidiram iniciar a trajetória como nômades digitais, há dez anos, o casal já viveu em 70 países. Hoje, ambos se dedicam às atividades da escola digital que criaram justamente para ajudar outras pessoas a realizar o sonho do nomadismo.

O projeto envolve mais sete profissionais, todos trabalhando de forma remota.

A equipe ajuda a cuidar da produção e da disseminação do conteúdo, do atendimento aos clientes e dos contatos comerciais, enquanto Vinícius estrutura as aulas e Patricia cuida da parte administrativa.

“O mais curioso é que, salvo uma ou outra exceção, as nove pessoas que compõem a equipe nunca se encontraram ao vivo, conta Vinícius.

Parte delas vivem como nômades digitais e estão sempre em trânsito, enquanto a outra parte mora em diferentes lugares.”

Casal Partiu, Nômades digitais desde 2010, concedendo uma entrevista à um canal de televisão brasileiro, sobre a vida nômade e o trabalho que executam remotamente.

Parceiros certos

A estrutura criada pelo Casal Partiu exemplifica as muitas oportunidades de trabalho remoto que surgiram nos últimos anos, graças à tecnologia.

Pode-se dizer, de forma geral, que qualquer trabalho de caráter intelectual, predominantemente realizado diante de um computador, tem potencial para se tornar remoto.

O desafio é encontrar os parceiros certos para viabilizar esse projeto.

As atividades mais diretamente relacionadas à tecnologia são naturalmente propensas ao trabalho remoto, pois já nasceram no ambiente digital.

Isso não quer dizer, contudo, que profissões tradicionais, como contabilidade, direito, administração, arquitetura, entre tantas outras, não possam ser convertidas para o online com base na formação e na experiência que as pessoas já carregam.

Resistência rompida

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) em julho de 2020 concluiu que 22,7% de todos os empregos atuais no Brasil já poderiam ser inteiramente realizados de forma remota.

Em alguns setores, o percentual é bem maior. Dos cargos ocupados por profissionais das ciências, 65% já estão em plenas condições de serem exercidos à distância, assim como 61% dos cargos de direção e gerência e 41% das funções de apoio administrativo.

A pandemia impulsionou o trabalho remoto e pôs fim à resistência que muitas empresas mantinham em relação à ideia.

Era uma resistência que não se justificava por questões tecnológicas, pois já faz algum tempo que temos as ferramentas necessárias para realizar um bom trabalho mesmo sem estarmos fisicamente presentes num determinado local.

Foi apenas durante a pandemia, entretanto, que muita gente tomou conhecimento da existência de várias alternativas para realizar reuniões online, por exemplo.

Casal Partiu, Vinícius Teles e Patrícia Figueira. Trabalhando de forma remota enquanto viajam.

Pontualidade e produtividade

As empresas também tinham o receio de que o trabalho longe do controle “miúdo” dos chefes pudesse resultar em queda de produtividade. De forma geral, não foi isso que se verificou durante a pandemia.

Ao contrário, a maior parte dos profissionais se sentiram mais produtivos, mesmo porque há uma razão objetiva para isso: o tempo economizado com deslocamentos.

Numa cidade como São Paulo, esse tempo pode chegar facilmente a 15 horas por semana.

Outro fator positivo é que, nas reuniões online, atrasos deixaram de ser tolerados, o que faz com que todos os envolvidos ganhem tempo. Nos encontros presenciais, o trânsito havia se tornado uma justificativa clássica.

Disseminação do online

A resistência que o trabalho remoto encontrava antes da pandemia era normal e esperada, já que os costumes costumam avançar mais lentamente que a tecnologia.

Nesse sentido, a pandemia ajudou muito quem tem planos de se tornar nômade digital, ao dar um empurrãozinho nos costumes rumo ao futuro.

A consultoria Mercer ouviu 253 empresas de médio e grande porte atuantes em várias regiões do país e concluiu que 85% delas estão decididas a manter a prática de home office em patamares superiores ao período anterior à pandemia.

A pesquisa chegou também à conclusão que 44% dos funcionários dessas empresas já poderiam atuar hoje em trabalho remoto, considerando-se a natureza de suas atividades. São profissionais dos setores administrativo, financeiro, recursos humanos, jurídico, comercial e atendimento ao cliente, entre outros.

Abra negociações

Em certos tipos de empresa – como as de alta tecnologia, serviços, bancos e seguros –, até mesmo boa parte das atividades tidas como operacionais (comparáveis às linhas de montagem de uma fábrica) já poderiam ser transferidas para home office.

Levando em conta tudo isso, conclui-se que criar imediatamente uma alternativa de trabalho remoto pode depender apenas de negociações com o atual empregador ou da prospecção dentro da rede de contatos.

É grande a chance de encontrar quem esteja disposto a fazer contratações para o regime de trabalho remoto – seja com carteira assinada, seja para a prestação de serviços como autônomo.

Reinvenção é o caminho

A maior dificuldade da transição para o trabalho digital está com as pessoas que exercem trabalhos essencialmente manuais ou físicos. Ainda assim, em grande parte das profissões, é possível se reinventar dentro do mesmo campo de atuação.

Quem não quer depender de um empregador, e sim da própria iniciativa empreendedora, pode criar um e-commerce, com venda de produtos físicos ou digitais, a exemplo de cursos e e-books.

Há vários outros tipos de negócios online. Um bartender, que preparava drinques, pode criar cursos para ensinar as pessoas a exercer a profissão, por exemplo. O trabalho continua próximo do que era, mas com outra natureza. A mesma lógica pode ser aplicada a um jardineiro que passa a ensinar jardinagem.

Advogados com atividades essencialmente presenciais, como ir ao fórum e comparecer a audiências, podem derivar para nichos que permitem o trabalho a distância, como a preparação e a análise de contratos.

Trabalhos remotos para um nômade digital
Vinícius Teles já guiou inúmeros alunos em busca de desenvolver um trabalho remoto para viver como nômade digital.

Modelos híbridos

É possível, também, criar formatos híbridos, que se adaptam a determinadas necessidades. Um bom exemplo é Patricia, do Casal Partiu.

Quando ela e Vinícius decidiram de tornar nômades digitais, Patricia era fotógrafa de casamentos. Um trabalho que, claro, precisava ser executado presencialmente.

Só que, além da presença no casamento, havia uma grande carga de tarefas que podiam ser realizadas em qualquer lugar: tratamento e edição das fotos, montagem dos álbuns e prospecção de novos clientes.

A solução encontrada nos primeiros anos como nômades digitais foi dividir o ano em duas partes: quatro meses no Brasil, período em que Patrícia agendava uma série de casamentos, e oito meses viajando pelo mundo, ao longo dos quais ela realizava as demais tarefas.

Quando as atividades online do Casal Partiu se consolidaram, Patrícia pôde deixar o trabalho como fotógrafa, que foi fundamental para assegurar apoio financeiro nos primeiros tempos como nômades digitais.

Comece a sua história!

Por que não adotar um estilo de vida em que trabalho e lazer caminham juntos, sem fronteiras rígidas?

Uma forma de viver em que experiências marcantes estão integradas à rotina, em vez de se limitarem a ocasiões especiais no final do ano ou eventuais feriadões?

É isso que o nomadismo proporciona, além de funcionar como um “treino” para as surpresas da vida.

“Buscar soluções e novos caminhos faz parte do nosso dia a dia. Isso certamente tem grande influência também sobre a nossa criatividade e o nosso desempenho profissional. Não trabalhamos com a perspectiva de aposentadoria, e sim com a ideia de reinvenção constante”, descreve Vinícius.

Hoje, o Casal Partiu se dedica integralmente à missão de ajudar outras pessoas a realizar o sonho do nomadismo digital.

Eles criaram o livro “Nômade Digital – Trabalhe de qualquer lugar e viaje o quanto quiser” para dar clareza sobre os passos necessários de um plano de transição, inclusive a percepção da atividade online que pode ser desenvolvida.

O livro Nômade Digital traz a experiência de 44 nômades digitais brasileiros, assim como um guia completo mostrando o “como faz” de todos os aspectos deste estilo de vida.

Quem já leu, foi transformado pela experiência, com plena convicção de que o projeto de virar nômade digital pode se tornar realidade.

Se você sonha em se tornar nômade digital e quer dar os primeiros passos, conheça o livro Nômade Digital clicando aqui

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